sábado, novembro 05, 2005

Eras o nosso raio de luz



A avó doente, o avó desolado, a tia chateada, o pai desempregado. Só tu nos fazias acreditar. Mas a nuvem negra que teima em não desaparecer.
Por vezes é difícil arranjar forças para contínuar sem ti meu amor. As saudades são tantas que não conseguimos descrever. Só nos resta falar contigo para minimizar o nosso sofrimento.

Porque é que partiste? Não conseguimos entender! Porque teve que ter este fim?


Dois dias de tanta felicidade que não conseguimos esconder. Quem olhasse para nós saberiam que tinhamos algo para contar. Três dias de receio de te perder. Andava contigo como se andasse a aprender a andar de novo, com medo de cair e de te perder. Medo de fazer algum movimento mais brusco e fosse o fim. Mas não, o destino estava traçado acontecesse o que acontecesse, nada o poderia mudar. Quando te perdemos foi a primeira coisas que perguntámos ao médico: Poderia ter andado stressada, ter feito algum esforço, para isto acontecer? A resposta foi clara: Não! Nada explica o sucedido. E pronto lá foste arrancado dentro de mim.
Desculpa a minha fraqueza mas a mãe não conseguiu suster as lágrimas quando viu pela última vez o pai antes de entrar para o bloco. Ele estava doido, esse é o termo mais correcto. Estava com um olhar vazio e ao mesmo tempo assustado por nós os dois. Só lhe consegui dizer: O nosso bebé! e as lágrimas começaram a cair. Quando me deitei na cama do bloco a Sr. Enfermeira pergunta-me: Está a chorar porquê? Ainda é nova mais filhos virão? Mas eu queria-te só a ti! Será que ninguém me entendia! No momento eu entendi que foi a melhor forma que ela tinha encontrado para me animar mas agora acho que não foi muito feliz.

Hoje terias 12 semanas meu amor.